Com o avanço dos meios de comunicação, o mundo se tornou mais interligado. Isso além de contribuir para a interdependência econômica, também foi um propulsor da mobilidade global.A conectividade foi um fator determinante para que essas e outras mudanças importantes ocorressem.
Os negócios têm se transformado, se tornando mais ágeis e inovadores com a construção de um novo mindset digital. Um exemplo disso são as startups, que crescem exponencialmente a cada ano, trazendo produtos e/ou serviços inovadores que tornam a vida dos usuários muito mais simples. Mas afinal, o que a Transformação Digital tem a ver com tudo isso?
VUCA
O advento da Internet permitiu o compartilhamento quase instantâneo de informações, a possibilidade de comunicação com diferentes culturas e a criação de um novo espaço democrático: o ciberespaço. Além disso, facilitou o aprendizado e a qualificação de profissionais e o crescimento de serviços informais, que poderiam facilmente ser oferecidos em sites da web.
Esse fenômeno de conexões por meio das tecnologias e redes e o grande fluxo de dados compartilhados tornou as situações mais imprevisíveis e a rotina mais dinâmica. Isso corresponde ao conceito do mundo V.U.C.A, criado pelo U.S Army War College. VUCA significa respectivamente:
Modernidade Líquida
Esse ambiente de caos que o V.U.C.A descreve já não mais se adapta à rigidez e racionalidade fixada de como vivemos por tanto tempo. Fato afirmado pelo sociólogo Zygmunt Bauman em sua Teoria da Modernidade Líquida.
A modernidade líquida é o mundo em caos, que assim se encontra devido ao crescente desenvolvimento técnico e a relativização do tempo e do espaço. A modernidade líquida valoriza a individualidade: todos são indivíduos particulares. Ou seja, formas de dependência coletiva causam estranhamento e as instituições sociais se tornam menos fixas e principalmente descentralizadas.
“[…] manter-se fiel à lógica da continuidade, em vez de flutuar na onda das oportunidades mutáveis e de curta duração, não constitui uma opção promissora.”(BAUMAN,2005,p.60)
6Ds do Crescimento Exponencial
Vivemos um período em que a obtenção de informações e a conectividade empoderam o indivíduo, permitindo que este tenha acesso à tecnologias e outros recursos que antes eram restritos à grandes corporações e aos governos.
Além disso, também contribuem para um compartilhamento de culturas que permite a livre expressão individual e coletiva. Ao passo que uma nova sociedade foi tomando forma com o avanço da tecnologia, novos negócios foram surgindo e grandes empresas perceberam que investir em tecnologia seria a melhor forma de garantir seu lugar no mercado.
Analisando essas mudanças, Peter Diamandis, fundador da Singularity University constatou a existência de um ciclo comum a todas as tecnologias que romperam barreiras e foram a vanguarda de seu tempo. Assim sendo, Diamandis elaborou o modelo dos 6Ds exponenciais. Simplificadamente, as etapas se dividem em:
- Digitalização: essa etapa tem como premissa a percepção de que tudo o que pode ser digitalizado pode se espalhar a uma velocidade abismante e se tornar disponível a qualquer pessoa de qualquer lugar no mundo.
- Decepção: é o período que precede a digitalização, no qual o crescimento exponencial se mostra disfarçado, passando quase despercebido. Porém, nesta etapa são provocados pequenos resultados que implusionarão o crescimento exponencial.
- Disrupção: é quando a tecnologia se torna inovadora a ponto de criar um mercado capaz de abalar outro já existente e “consolidado”.
- Desmonetização: é a capacidade da tecnologia de tornar um serviço incrivelmente mais barato ou até mesmo gratuito.
- Desmaterialização: passar coisas que antes eram físicas para o meio digital. Podemos citar como exemplo o GPS, a câmera fotográfica, o relógio e o gravador de voz, que atualmente são aplicativos gratuitos disponíveis para download nos smartphones.
- Democratização: é o resultado lógico da desmaterialização, a transformação de objetos físicos em bits e sua inserção em plataformas digitais em volumes tão altos que seu preço se torna praticamente nulo.
A internet é um perfeito exemplo de tecnologia disruptiva e descentralizada, que possibilitou a concepção e o desenvolvimento de outros serviços, produtos, plataformas e tecnologias que hoje integram nossa vida e que são um exemplo de conectividade e democracia.
Onde a TD entra nessa história?
Os dois conceitos anteriores descrevem um mundo que vive de fluxos e é volátil ao extremo. Nesse sentido, as pessoas passam a buscar mais autonomia e têm ideias mais desconstruídas. Pensando dessa forma, os velhos modelos de fazer negócio e as velhas formas de comportamento se tornam obsoletas. Especialmente em se tratando da dinâmica da Nova Economia, cujo lema é: “Adapte-se ou Morra”.
Já os 6Ds, mostram que tudo começa pela disrupção e que a acessibilidade e a democracia é o que promove a valorização de novos produtos e serviços do mercado que, além de estarem sempre disponíveis, são práticos, dão poder aos usuários e são financeiramente viáveis. Isso tudo deriva de uma cultura de inovação que gera oportunidades e resultados sem prejudicar a experiência do usuário.
A Transformação Digital é a mudança de mentalidade, atitude e operações nas empresas. Ela tem como essência o protagonismo das pessoas, focando na inovação, uso de tecnologias e na experiência dos usuários. Mas, acima de tudo, a TD é uma jornada que segue o caminho da adaptação ao novo mercado e aos novos contextos sociais que se desdobram e entrelaçam a cada dia.
Como se pode ver, o V.U.C.A e a Modernidade Líquida são fundamentais para entender as dinâmicas que movem a nova economia, assim como os 6Ds que traçam diretrizes para os negócios e motivam a jornada da Transformação Digital.
E por falar em jornada, nos dias 14/06 a 16/06 aconteceu o Startup Weekend Caxias do Sul, evento que busca fomentar a transformação e o ecossistema de Startups da Serra. Estivemos colaborando com o movimento do SW, com mentorias e patrocínio. Confira como foi o evento.
Quer saber mais sobre o tema? Conecte-se com a gente e descubra porque Transformação Digital vai muito além da tecnologia.